Pesquisar

terça-feira, 29 de novembro de 2011

OS FUNGOS

0S FUNGOS
O reino Fungi é um grande grupo de organismos eucariotas, cujos membros são chamados fungos, que inclui micro-organismos tais como as leveduras, bolores e mofo, bem como os mais familiares cogumelos. Os fungos são classificados num reino separado das plantas, animais e bactérias. Uma grande diferença é o fato de as células dos fungos terem paredes celulares que contêm quitina, ao contrário das células vegetais, que contêm celulose. Estas e outras diferenças mostram que os fungos formam um só grupo de organismos relacionados entre si, denominado Eumycota (fungos verdadeiros).
 Os fungos desempenham um papel essencial na decomposição da matéria orgânica e têm papéis fundamentais nas trocas e ciclos de nutrientes. São desde há muito tempo utilizados como uma fonte direta de alimentação, como no caso dos cogumelos e trufas, como agentes levedantes no pão, e na fermentação de vários produtos alimentares, como o vinho, a cerveja, e o molho de soja, na produção de antibióticos, e, mais recentemente, várias enzimas produzidas por fungos são usadas industrialmente em detergentes. São também usados como agentes biológicos no controle de ervas daninhas e pragas agrícolas. Muitas espécies produzem compostos bioativos chamados micotoxinas, como alcaloides e policetídeos, que são tóxicos para animais e humanos.  Os fungos podem decompor materiais artificiais e construções, e tornar-se patogênicos para animais e humanos.

Características e tipos de fungos 
Os fungos não possuem flores e se multiplicam por células muito pequenas. Estas células são chamadas espórios e se desenvolvem ao caírem em solo úmido. Por não possuir clorofila, que é essencial para garantir a alimentação das plantas, esta forma de vida age como parasita, se alimentando da comida de outras formas de vida. Alguns tipos agem em seres humanos provocando várias doenças. 
O mofo é outro tipo de fungo que surge através dos espórios, células quase microscópicas que estão sempre flutuando no ar, este escolhe lugares escuros e úmidos para se reproduzir. Por isso, nota-se um maior número de mofo em ambientes úmidos, como paredes, armários, gavetas, etc. Estas mesmas células minúsculas também se agrupam em alimentos como pães, frutas e vegetais. 
As micoses, em seus mais variados tipos, são originadas por micro-fungos, atingindo os seres humanos com maior freqüência nos países tropicais, como no Brasil. Na maior parte das vezes, o tratamento para este mal é difícil por tratar-se de uma forma de vida daninha e oportunista. Mas há estudos avançados e trabalhos importantes a respeito deste assunto.
Muitos insetos têm relações mutualistas com fungos. Vários grupos de formigas cultivam fungos da como fonte de alimento primária, enquanto algumas espécies de carunchos cultivam várias espécies de fungos nas cascas das árvores que infestam.

Como patógenos e parasitas

Muitos fungos são parasitas de plantas, animais (incluindo humanos), e doutros fungos. Entre os patógenos importantes de muitas plantas cultivadas que causam danos e prejuízos à agricultura e silvicultura incluem-se o fungo da brusone do arroz, patógenos de árvores que causam a grafiose do ulmeiro.
Alguns fungos podem causar doenças graves em humanos, várias delas fatais se não tratadas. Entre estas incluem-se aspergiloses, candidíases, coccidioidomicose, criptococose, histoplasmose, micetomas, e paracoccidioidomicose. Também as pessoas com imunodeficiências são particularmente suscetíveis a doenças causadas por géneros como Aspergillus, Candida, Cryptococcus, Histoplasma, e Pneumocystis. Outros fungos podem atacar os olhos, unhas, cabelo, e especialmente a pele, os chamados fungos dermatófitos e queratinófitos, causando infecções locais como dermatofitose e pé-de-atleta. Os esporos dos fungos são também uma causa de alergias, e fungos de diferentes grupos taxonómicos podem provocar reações alérgicas.

                   Uso humano

O uso humano dos fungos na preparação e conservação de alimentos e com outros fins, é extenso e tem uma longa história.  Por causa da capacidade deste grupo para produzir uma enorme variedade de produtos naturais com atividades antimicrobianas ou outras, muitas espécies são há muito usadas, ou estão em estudo, para a produção de antibióticos, vitaminas, e drogas anticancerígenas e redutoras do colesterol.

 Antibióticos

Muitas espécies produzem metabólitos que são fontes importantes de drogas farmacologicamente ativas, como os antibióticos, incluindo as penicilinas. Apesar de as penicilinas de ocorrência natural como a penicilina G  terem um espectro de atividade biológica relativamente estreito, uma grande variedade de outras penicilinas podem ser produzidas por modificação química das penicilinas naturais. As penicilinas modernas são compostos semissintéticos, obtidos inicialmente de culturas de fermentação, mas em seguida estruturalmente alterados para obtenção de propriedades desejáveis específicas. Entre outros antibióticos produzidos por fungos incluem-se: griseofulvina de Penicillium griseofulvin usada no tratamento de infecções da pele, cabelo e unhas, causadas por dermatófitos; ciclosporina, usada como imunossupressor em cirurgia de transplantação; e o ácido fusídico, usado para ajudar no controle de infecção pela bactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina. O uso em larga escala destes antibióticos no tratamento de doenças bacterianas, como a tuberculose, sífilis, lepra, e muitas outras, começou no início do século XX e continua a desempenhar um papel principal na quimioterapia antibacteriana..

Usos alimentares

A levedura de padeiro, é usado para fazer pão e outros produtos à base de trigo. Espécies de leveduras do género Saccharomyces são também usadas na produção de bebidas alcoólicas por fermentação. O bolor shoyu koji (Aspergillus oryzae) é um ingrediente essencial na preparação de shoyu (molho de soja), saqué, e miso, enquanto espécies de Rhizopus são usadas para fazer tempeh.

 Uso medicinal

Certos cogumelos são utilizados com fins terapêuticos em medicinas tradicionais, como acontece na medicina tradicional chinesa. Entre os cogumelos medicinais notáveis, e com uma história de uso bem documentada, incluem-se Agaricus blazei,Ganoderma lucidum, e Ophiocordyceps sinensis. As pesquisas identificaram compostos produzidos por estes e outros fungos, os quais têm efeitos biológicos inibidores contra vírus e células cancerosas. Metabolitos específicos, como polissacarídeo-K, ergotamina e antibióticos betalactâmicos, são usados de modo rotineiro em medicina clínica.

 Espécies comestíveis e venenosas

Os cogumelos comestíveis são exemplos bem conhecidos de fungos. Muitos são cultivados comercialmente, mas outros têm de ser colhidos no estado selvagem. Agaricus bisporus, vendidos como champignon enquanto pequenos e como cogumelos Portobello quando maiores, é uma espécie bastante consumida, usada em saladas, sopas e outros pratos.
Certos tipos de queijos requerem a inoculação dos coalhos do leite com espécies de fungos que fornecem um sabor e textura únicos ao queijo. Entre eles contam-se os queijos azuis como o Roquefort ou o Stilton, inoculados com Penicillium roqueforti. Os bolores usados na produção de queijo não são tóxicos e portanto são seguros para consumo humano; contudo, pode ocorrer acumulação de micotoxinas (aflatoxinas, roquefortina C, patulina, ou outras) devido ao crescimento de outros fungos durante o processo de maturação e armazenamento do queijo.
Muitas espécies de cogumelos são venenosas para os humanos, com toxicidades que podem ir desde problemas digestivos ligeiros ou reações alérgicas, e alucinações até a falha de órgãos e morte. Entre os gêneros com cogumelos tóxicos incluem-se Conocybe, Galerina, Lepiota, e o mais infame, Amanita. Este último género, inclui o anjo-destruidor e o chapéu-da-morte  a causa mais comum de envenenamento mortal por cogumelos. Gyromitra esculenta é ocasionalmente considerado uma especialidade culinária quando cozinhado, porém, pode ser muito tóxico quando consumido cru. O míscaro-amarelo era considerado comestível até ter sido implicado em envenamentos sérios causadores de rabdomiólise. O mata-moscas pode também causar envenenamentos ocasionais não fatais, sobretudo como resultado da sua ingestão como droga recreativa, devido às suas propriedades alucinogénicas.

Controle de pragas

Em agricultura, os fungos podem ser úteis se competirem ativamente com micro-organismos patogênicos como bactérias e outros fungos, pelos nutrientes e espaço, ou se forem parasitas desses patógenos. Por exemplo, certas espécies podem ser usadas para eliminar ou suprimir o crescimento de patógenos vegetais, como insetos, pulgões, ervas daninhas, nemátodos, e outros fungos causadores de doenças em colheitas importantes.  Fungos entomopatogênicos podem ser usados como biopesticidas, pois matam ativamente os insetos. Exemplos de fungos usados como inseticidas biológicos são Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae, Hirsutella spp, Paecilomyces spp, e Verticillium lecanii. Estes alcaloides protegem as ervas da herbivoria, mas vários alcaloides endofíticos podem envenenar animais de pasto, como gado bovino e ovelhas.

  Outros

Os fungos são muito utilizados na produção industrial de produtos químicos como os ácidos cítrico, glucónico, láctico e málico, antibióticos, e até de gangas deslavadas. Os fungos são também fontes de enzimas industriais, como as lipases usadas em detergentes biológicos, amilases,  celulases, invertases, proteases e xilanases..
 Micotoxinas
Ergotamina, uma das principais micotoxinas, produzida por espécies de Claviceps, que ingerida, pode causar gangrena, convulsões, e alucinações.
Muitos fungos produzem compostos biologicamente ativos, vários dos quais são tóxicos para animais ou plantas, os quais são designados micotoxinas. Particularmente relevantes para os humanos são as micotoxinas produzidas pelos bolores que causam a deterioração de alimentos, e os cogumelos venenosos.